O Rio São Francisco já registra a maior cheia dos últimos 14 anos na cidade de Bom Jesus da Lapa. A marca de 8,17 metros acima do normal foi registrada no início da manhã desta terça-feira(11), conforme medição realizada na régua instalada nas mediações da ponte Gercino Coelho. Essa mesma medição é enviada diariamente para a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), em Sobradinho.
O aumento do nível do rio deixa as autoridades e ribeirinhos da região em estado de alerta, já que a previsão é que a água continue aumentando, já que além das chuvas que devem continuar em janeiro, são esperadas águas liberadas pela Hidrelétrica Três Marias.
Conforme o CPRM, as maiores enchentes desde o início do monitoramento (1940) foram em 1979, quando o rio São Francisco alcançou 12 metros, e em 1989, com 10 metros em Bom Jesus da Lapa. Já a cheia mais recente foi em março de 2020, quando o nível chegou em 8,14 m.
O aumento das águas do Velho Chico em Bom Jesus da Lapa e nas cidades ribeirinhas da região nesse início de ano é resultado das intensas chuvas sobre as cabeceiras e afluentes do rio nos últimos dias, que refletem no nível do rio no Norte de Minas e na Bahia.
Com o grande volume de água, a Hidrelétrica Três Marias está com 70% da capacidade, e vai abrir comportas no rio São Francisco. A Cemig, empresa responsável pela Usina Hidroelétrica (UHE Três Marias), informou que vai abrir as comportas do reservatório de forma gradual a partir desta quarta-feira (12).
Conforme alinhado junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA, a abertura será escalonada da seguinte forma.
- 12/01/2022, quarta-feira: abertura das comportas com 500 m³/s às 8h00, totalizando 1.350 m³/s de defluência;
- 13/01/2022, quinta-feira: ampliação do vertimento para 850 m³/s às 8h00, totalizando 1.700 m³/s de defluência;
- 14/01/2022, sexta-feira: ampliação do vertimento para 1.400 m³/s às 8h00, totalizando 2.250 m³/s de defluência.
Algumas cidades às margens do Rio São Francisco já alertam a população de diversas comunidades ribeirinhas para deixarem as suas casas, sob risco de inundações.
Fonte: Lapa Notícias
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