BTG é alvo de operação que investiga vazamento de reuniões do Copom sobre a Selic

Ministério Público Federal e a Polícia Federal cumprem mandados de busca e apreensão na sede do banco BTG Pactual em São Paulo Foto: Divulgação/19-08-2018
Ministério Público Federal e a Polícia Federal cumprem mandados de busca e apreensão na sede do banco BTG Pactual em São Paulo Foto: Divulgação/19-08-2018



SÃO PAULO — O Ministério Público Federal ( MPF ) e a Polícia Federal ( PF ) cumprem mandados de busca e apreensão na sede do banco BTG Pactual em São Paulo. A operação, batizada de Estrela Cadente, investiga o vazamento de resultados da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entre os anos de 2010 e 2012.
De acordo com o Ministério Público Federal, a operação apura o fornecimento de informações sigilosas em relação a mudanças na na taxa básica de juros, a Selic, por parte da cúpula do Ministério da Fazenda e do Banco Central.
O principal beneficiário seria um fundo de investimento administrado pelo BTG. Graças ao vazamento, afirma o MPF, o fundo teria obtido lucros extraordinários de dezenas de milhões de reais.
Os procuradores e policiais investigam as possíveis praticas de corrupção passiva, corrpução ativa, informação privilegiada e lavagem de dinheiro.
A investigação tem como base a delação premiada firmada pelo ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci. Segundo ele, além do caso do BTG sobre o Copom,  grandes instituições financeiras tinham  interesse em apoio do governo na defesa de interesses das instituições e seus acionistas. Na delação Palocci citou casos envolvendo Bradesco, Safra, BTG, Itaú Unibanco e Banco do Brasil.

BTG: sem poder de gestão sobre o fundo

Em nota, o BTG afirmou que recebeu pedidos de informação do MPF referentes à operações realizadas pelo fundo Bintang FIM.
O banco disse ainda que era apenas o administrador do fundo e que não tinha poder de gestão ou participação nele. Isto é, o banco não era o responsável pela estratégia do fundo. O fundo, segundo o BTG, tinha apenas um cotista, que era um profissional do mercado financeiro.
Essa pessoa era o gestor credenciado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O banco afirmou que o cotista nunca foi funcionário do banco ou tinha ligação com qualquer um de seus sócios.
"O Banco BTG Pactual exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo", disse o BTG.
No começo da tarde, o Banco Central afirmou, em nota, que ainda não foi comunicado sobre o conteúdo da operação Estrela Cadente.

"A respeito das informações divulgadas hoje pelo Ministério Público Federal em São Paulo e a Polícia Federal, o Banco Central esclarece que não foi comunicado sobre o conteúdo da Operação Estrela Cadente, que corre sob segredo de Justiça." O Globo.