'Qualquer casamento é passível de divórcio', diz porta-voz de Bolsonaro sobre crise com PSL

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros 14/10/2019 Foto: José Dias/Divulgação PR
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros 14/10/2019 Foto: José Dias/Divulgação PR

BRASÍLIA - O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, declarou 
nesta segunda-feira que o presidente Jair Bolsonaro analisa "dia a dia" sua 
situação com o PSL, seu partido, mas disse não ser possível adiantar se ele 
continuará na legenda. Ainda segundo o porta-voz, ele usa uma metáfora para 
comentar a crise deflagrada na semana passada, quando ele pediu a um 
apoiador para que esquecesse a sigla.

— Qualquer casamento é passível de divórcio — comentou, citando o 
presidente.

Rêgo Barros afirmou que Bolsonaro gostaria de ressaltar a preocupação de 
que o PSL "seja um partido diferente" e seja "referência como partido 
político, 
transparente". Para que isso ocorra, segundo o porta-voz, é preciso que haja 
"compliance", termo em inglês que significa algo como “agir em sintonia com 
as regras”.


Pela manhã, o presidente recebeu os advogados Karina Kufa, que o 
representa em processos particulares, e Admar Gonzaga, ex-ministro do ~
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que está atuando como consultor. Rêgo ]Barros disse que eles trataram de "assuntos particulares e relativos ao seu 
partido.

Questionado sobre declarações recentes do senador Major Olímpio, líder do 
PSL no Senado e apoiador de primeira hora de Bolsonaro, de que os filhos do presidente têm "mania de príncipes" e que ele "precisava providenciar a 
internação psiquiátrica" do vereador Carlos Bolsonaro, o porta-voz disse que 
o presidente não comentou diretamente o "contencioso" entre o parlamentar 
e seu filho. Mas sinalizou que foi responsável por sua eleição:

—  Não obstante, lembrou-me que apoiou o Major Olímpio no final da 
campanha, nas últimas eleições, o ajudou a atingir uma quantidade 
considerável de votos, que o tornaram o senador mais votado em São Paulo. A 
cinco dias da eleições, o senador Major Olímpio encontrava-se, segundo 
alguns institutos de pesquisa, em quinto lugar. O Globo.